Ah! O bambu

A nobreza desse material que extrapola sua função estética por peculiares características enche de poesia o projeto da Vazio S/A

Insta: VAZIO S/A

No pomar, bananeiras, jabuticabeiras, mangueiras e bambuzais. Essa casa, batizada de Casa Marinho da Serra, mesmo nome do distrito onde foi construída, localizado no município de Moeda, próximo a Belo Horizonte, envolveu muitos carinhos não só no projeto, mas em sua construção.

O sítio onde foi implantada, na zona rural da Serra da Moeda, região tombada pelo IEPHA, pertence a uma família de camponeses que habita a região desde o século 19. Com dois quartos, uma suíte, área de serviço, fogão a lenha e 110 m² de área, ela foi construída com mão de obra local. O custo do m² ficou abaixo da referência do CUB – MG de habitação unifamiliar popular, de R$ 2.074,00.

O elemento de destaque da casa são os brises de bambu que envolvem todo o perímetro da construção (menos a fachada sul, que não recebe sol). As janelas dos quartos, voltadas para o poente ou nascente, são protegidas por essa trama de bambu, elemento natural abundante em toda a região.

Bambu que foi previamente tratado no próprio local com um banho de bórax e ácido bórico, método de preservação popular porque é eficaz e menos tóxico do que outros conservantes de madeira. Um banho que produz efeito de inseticida, fungicida e retardador de fogo.

Tanto no Brasil como em outros países, muitos arquitetos apostam no bambu para conferir traços marcantes a seus projetos. Eles conciliam natureza e tecnologia em um contraste que se torna agradável aos olhos. É inegável a beleza desse recurso, mas essa não é a única vantagem de sua utilização. Em termos ambientais, por exemplo, sua extração não é danosa, visto que a gramínea gigante atinge um tamanho satisfatório em cerca de três anos. Pesa ainda nessa conta, a economia permitida por sua utilização e também sua durabilidade quando tratado corretamente.

Com vista para um vale, ao norte, a varanda demonstra também a utilidade do material dos brises, que correm para abri-la à paisagem ou protegê-la do inclemente sol da tarde. Já a laje é de tijolos e elementos pré-moldados e foi coberta com telha trapezoidal termoacústica sanduíche.  As janelas pré-montadas são de eucalipto, e as portas são de MDF. 

Simples e bela, a propriedade pertence a uma dona de casa aposentada que trabalhou por quatro décadas como cozinheira em Belo Horizonte. Os recursos da construção foram doados por seus ex-empregadores.

FOTOS – DANIEL MANSUR

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