Paisagismo assinado por Flávia D´Urso para casa na Pampulha, em BH, apresenta detalhes meticulosos que enriquecem a arquitetura da casa
Insta: FLAVIA DURSO – ROGÉRIO DA FONSECA
Em uma das ruas da Pampulha, tradicional bairro de Belo Horizonte, uma residência chama a atenção com seus dois Flamboyants frondosos. Sua grade de fechamento com design único, permite que, da rua, o jardim frontal, parte do projeto de paisagismo de Flávia D’Urso, possa ser admirado. Nele, três oliveiras com seus galhos escultóricos e folhas verde-prateadas se destacam e tem como fundo um maciço de Guaimbês, que tem seus contornos bem definidos pela madeira que reveste a fachada, proposta impecável do arquiteto Rogério Fonseca.
Também na fachada, um conjunto de Yuccas Rostrata soma ao paisagismo com sua aparência exótica, de tronco robusto e copa com folhas alongadas e eriçadas. As Marantas Tricolores, que criam um detalhe de cor, no encontro do jardim com a grade de fechamento.
Os muros laterais da residência são trabalhados ora com uma faixa de Bambu Áurea, espécie que traz muita leveza com seus galhos mais curtos e folhas finas, ora com a Maranta Charuto, de longas folhas arredondadas, acrescentando volume e movimento e servindo como sendo pano de fundo das Yuccas Rostrata.
Todo esse volume de verde se contrasta com a arquitetura da residência, que utiliza muitos acabamentos em elementos naturais, criando uma atmosfera leve e única. Na casa, duas grandes aberturas integram o paisagismo com os ambientes internos.
Algumas fontes de água afloram de um jardim vertical, repleto de Asparagus, Imbés Undulatos, Guaimbês e Monsteras, posicionado com vista para a Sala de Jantar, totalmente integrada com o externo. O som da queda da água em um espelho d’água revestido em pedras naturais é mais um dos detalhes carinhosos do paisagismo.
Os Jasmins Amarelos das jardineiras do segundo pavimento criam uma cortina de verde com seus longos ramos, dando uma camada a mais de verde para a vista de quem está no interior da residência.
Por ser muito exposto às construções do entorno, o jardim posterior mereceu atenção especial. A escolha de espécies mais altas e volumosas, distribuídas com cadência e de forma mais orgânica, proporciona uma barreira visual repleta de texturas.
As palmeiras Pescoço Marrom, Carpentárias, Marcarthuriis e Rabo de Raposa foram posicionadas de forma crescente, criando um ritmo com esses elementos mais altos, Por meio de suas copas em alturas e volumes variados, brincam e exploram com a identidade de cada espécie, concentrando a visão para o terreno da residência. As forrações criam um desenho em movimento nesse jardim posterior, com Xanadus, Agapantos, Guaimbês.
Duas palmeiras Washingtonias dão imponência ao ambiente da piscina. Seus troncos texturizados e o desenho de suas folhas e o conjunto de suas copas, criam um contraste visual entre essa espécie tão marcante, com detalhes tão minuciosos, com a arquitetura moderna da casa, de desenhos mais lineares.
O paisagismo complementa essa residência de forma ímpar, já que a arquitetura é que convida para o verde. Os espaços destinados para os jardins se expandem com as espécies escolhidas, abraçando e completando a construção. As aberturas, mais do que enquadram as áreas externas: elas celebram a natureza.
FOTO DE CAPA – ESTUDIO NY 18