História, funcionalidade, conforto e modernidade andam juntos no projeto dos arquitetos Gabriel Castro, Mateus Castilho, Marcos Franchini e Pedro Haruf
Insta: Gabriel Castro – Pedro Haruf – Marcos Franchini – Mateus Castilho
O projeto do edifício, data de 1938 e foi assinado pelo arquiteto Rafaello Berti. Com estilo híbrido, de inspiração clássica acadêmica e do movimento modernista, a entrada principal, marcada pelo recuo e discreta elevação, destaca-se pelo pórtico que se eleva até o piso superior, imprimindo um caráter nobre e conferindo monumentalidade à edificação.
Tombado pelo Conselho Municipal de Cultura, em 2008, o prédio é hoje sede da Belotur, Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte e, para abrigar seus mais de 80 servidores, ganhou projeto dos arquitetos pelos Gabriel Castro, Mateus Castilho, Marcos Franchini e Pedro Haruf, equipe que também contou com o trabalho dos designers gráficos Thomaz Lana, Gustavo Magno e Marcelo Dante. A equipe multidisciplinar esteve em contato intenso e contínuo com os usuários que iriam ocupar o espaço como local de trabalho.
“Primeiramente, procuramos um prédio que estivesse localizado no centro da cidade, que permitisse maior interação do belo-horizontino e do turista com a Belotur. Ou seja, queríamos estar em algum equipamento que fazia, de fato, parte da história de Belo Horizonte. O edifício da rua Carijós, 166, foi um achado, pois foi construído em frente à Praça Sete de Setembro – marco zero do hipercentro da capital”, comenta o presidente da Belotur, Gilberto Castro.
As entrevistas foram fundamentais para a setorização dos espaços, sendo utilizada como método para auxiliar na organização dos 21 setores que compõem o órgão. A proposta de ocupação utilizou as cores para demarcar a distribuição adotada ao longo dos quatro pavimentos do edifício. Soluções aparentes de infraestrutura elétrica, iluminação e climatização, bem como o uso de móveis com jardineiras e plantas são presentes em todos os espaços e conferem unidade à proposta que contou com consultorias de paisagismo e iluminação para qualificar os espaços de trabalho.
“O projeto da Belotur buscou valorizar as características e particularidades do edifício histórico, com intervenções pontuais, mas estratégicas, para otimizar as dinâmicas de trabalho das diversas equipes que integram a empresa. A hall é um dos espaços mais impactantes, com pé direito duplo e belas janelas verticais em ferro e vidro e foi deixado o mais livre possível para permitir exposições temporárias, além de ter sido integrado ao auditório, espaço multiuso planejado para vários layouts de ocupação”, explica o arquiteto Gabriel Castro.
Na intervenção, a ressignificação e valorização os espaços já existentes no edifício, como a sala de reunião, onde ficava o cofre do antigo banco que já ocupou a construção, foi determinante. Destacam-se ainda as duas jabuticabeiras que ocupam o hall de entrada, espaços de descompressão como o refeitório e o auditório que são flexíveis e, no quarto pavimento, o aquário construído em drywall com placas de compensado que abriga setores que exigem maior privacidade.
“Nosso desafio foi equacionar funcionalidade, conforto e modernidade dentro do projeto arquitetônico da nova Belotur. A ideia foi criar espaços mais abertos, amplos e bem iluminados, para que os colaboradores pudessem executar suas funções de forma mais integrada, melhorando a comunicação entre as equipes e o fluxo de trabalho. Também contamos, no projeto paisagístico, com plantas em todas as baias. Ou seja, muito verde para dar vida, calor e cor ao ambiente. O resultado foi surpreendente! Funcionários com mais espaço, mais visão e trabalho otimizado”, entusiasma-se Gilberto Castro.
O projeto gráfico também chama a atenção. Ele buscou, através de uma leitura do edifício em si, explorar uma tipografia inspirada da proporção das janelas existentes no prédio. Foram desenvolvidas placas de sinalização, painéis e letreiros para demarcar ambientes além de superfícies com adesivos para regular o grau de opacidade de alguns espaços.
Fotos: Jomar Bragança