Boa prosa e muita poesia

Tanto na parte externa como dentro da pequena casa, projeto de Felipe Soares permite que todos os elementos conversem harmoniosamente

Insta: FELIPE SOARESCASACOR MINAS

Uma casinha que já existia e tinha como destino, em outros tempos, ser depósito de jardinagem. Pequena, simples, com telhado de duas águas, ela ganhou cara nova e novo uso, com projeto assinado pelo arquiteto Felipe Soares.

Do lado de fora, ela foi toda pintada de preto, inclusive o telhado. Pode até soar estranho uma casinha toda preta, mas, nesse caso, ela surpreende a partir daí, pelo bem arquitetado projeto de Felipe. A cor serve como pano de fundo para destacar as duas amplas portas retangulares, de correr, em freijó maciço, uma na frente da casa e outra nos fundos.

Na fachada, mais uma sutileza, com a escultura em aço carbono com resina sintética, de Raul Mourão que parece conversar com os outros elementos presentes. É também o caso do piso escolhido, retangular em cerâmica na cor telha, que ganhou paginação reta e está em tudo, desde a parte externa até seu interior.

Do lado de dentro, a simplicidade prossegue como linguagem, num repertório ao mesmo tempo objetivo e poético. É o caso e uma espécie degrau, também em cerâmica, usado como aparador, com objetos e obras de arte. Também surpreende o mobiliário de design assinado, com peças de Jorge Zalzsupin, Sérgio Rodrigues, Zanine Caldas e até mesmo uma cadeirinha de Lina Bo Bardi, feita para o Sesc Pompeia, autêntica e outras peças e mobiliário em total sintonia com a proposta do arquiteto.

Para arrematar o ambiente interno com aconchego e tranquilidade, iluminação indireta, um tapete de juta que delimita o estar e obras de arte escolhidas com o mesmo rigor e apreço de tudo que faz parte desse projeto.

FOTOS: JOMAR BRAGANÇA

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