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Reforma feita pela Play Arquitetura mostra o feliz resultado de um complexo quebra-cabeça a partir de um típico apartamento padrão

Insta: PLAY ARQUITETURA

Reformar é antes de tudo dar forma novamente. Reorganizando, reestruturando, recompondo, reformulando, seja como for, reformar um apartamento muitas vezes é um desafio para um arquiteto. A tarefa se torna ainda mais complexa quando o mercado imobiliário, acostumado a lançar apartamentos padronizados, não facilita nessa ‘reinvenção’ dos espaços.

Nesse projeto assinado pela Play Arquitetura não foi diferente. Mas, como disse o arquiteto Marcelo Alvarenga, o bom é quando o cliente está disposto a fugir do convencional. Foi o que aconteceu aqui. Nos 120m² que delimitam a residência, quatro quartos viraram dois, a sala ganhou mais personalidade e novas soluções e, assim, criou-se uma narrativa nova, única, pessoal e intransferível.

Na sala, o grande destaque é o volume em quartzito verde bambu. Foi a partir da exuberância dessa pedra, que delimita a área social da cozinha, que as demais respostas foram criadas. Além do volume verde, o projeto se organiza a partir de dois painéis em peroba mica, pensados na proporção do apartamento e por isso feitos com aletas mais fininhas.

De um lado, um desses painéis é o limite para a área íntima e área de serviço. O outro, onde está a porta de entrada, também abriga armários perto da cozinha. Utilizando fórmica em um agradável tom de verde, essa cozinha foi programada para caber tudo, sendo proporcional ao estilo de vida da moradora e ao apartamento e até o escorredor foi desenhado pelos arquitetos. O que fica à mostra é a parte mais agradável, como o fogão, coifa e bancadas, enquanto outras estão à mão, mas não visualmente aparentes.

Na sala, parte do teto foi descascada, destacando a luminária de Lina Bo Bardi. Substituindo o piso anterior em mármore, os ambientes ganharam outro, em microcimento, numa leitura mais contemporânea.

Entre os móveis, um mix de peças, incluindo as cadeiras do jantar, de antiquário, da Pé Palito Vintage e, no estar, sofá de Guilherme Wents, mesa Carrapato, da Alva Design, tapete em junta da Bothe e tela de Isaura Penna.

Um dos quartos ganhou porta de correr para aproveitar a área de circulação. Aberta, é um confortável ambiente de TV, fechada se transforma em quarto de hóspedes. Entre essa e outras soluções que partem de recursos para ganhar espaço, esse projeto resume bem, o que é um trabalho de arquitetura de interiores e não só de decoração.

Como comentou Marcelo Alvarenga, projetar uma reforma de apartamento é um quebra-cabeça divertido, mesmo quando a arquitetura original muitas vezes não forneça elementos de destaque, como amplos janelões ou agradáveis varandas. No final das contas, uma reforma eficiente e com um bom resultado estético costuma partir de uma re-invenção dos espaços.

FOTOS – JOMAR BRAGANÇA

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